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Leo Beling (voz) |
A segunda atração da noite Metal Brasil do Palco Sunset foi
a paulistana República, banda de exportação com repertório em inglês e penetração
até o talo no mercado europeu. Pela terceira vez no Rock in Rio vieram com uma
proposta ousada discutida a vera entre eles até bater o martelo. Tocara a
íntegra do novo álbum, Brutal & Beautiful, pela gravadora inglesa Rough
Trade.
Festival é lugar para tocar sucesso, fazer a massa pular,
gritar e cantar junto. Eles preferiram apresentar um show bem produzido e bem
tocado, com apurado apelo visual e seja o que os deuses quiserem. Conseguiram
uma reação dividida da plateia e minha. Muito legal o começo, com o bebe da
capa do álbum falando o conceito do disco, boas imagens no telão central, painéis
no palco com mais imagens, esguichos de fumaça e Redemption Day, de Johnny
Cash, em áudio no começo.
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Luiz Fernando Vieira (guitarra solo) |
Começaram com as faixas Black Wings, Time to Pay, o
vocalista Leo Beling deu a primeira palha do q rolava, prosseguiram parados no
palco, precisos, mas um tanto frios. Pensei logo, é estreia de show novo, os
caras já tem estrada, não é para tocar assim. As canções eram boas, bem
construídas, ganhei o disco antes do show, olhei as letras no encarte, bem
feitas, aí tinha. Mais tarde na sala de imprensa, um amigo comentou que parecia
que eles estavam tocando para eles mesmos, de certa forma estavam mesmo, pelo
menos na primeira parte.
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Jorge Marinhas (guitarra base) |
Quando expliquei que era a primeira vez, ele entendeu
porque é do ramo.
Encerrados os trabalhos fui falar com eles no camarim para
saber qual era. Aí soube a história que contei acima, é o início de um projeto
que vai deslanchar com turnê europeia, abertura de shows de Alice Cooper na
França e na Bélgica, na Suécia com outro grupo que esqueci. Este desconforto que
muita gente do meio sentiu é o preço que pagaram pela ousadia, mas os anos de
estrada me permitiram ver que tinha coisa ao ali.
Perguntei se o álbum era conceitual porque as letras que vi rapidamente
antes do show remetiam para reflexões sobre uma realidade amarga com toques de
otimismo apesar de tudo. Disseram que não chamam de conceitual, mas ao logo da
feitura de um ano do disco acabaram pintando estas similaridades que amarraram
muitas faixas. No fechamento dos trabalhos, perguntaram a um técnico o que
achou do disco, a resposta foi que era Brutal e Belo. Acabaram adotando o nome
que tem implicações filosóficas sobre a vida de todos nós, especialmente brasileiros,
onde o brutal se mostra de maneira tão amarga, seja pela violência nas ruas,
seja pela violência de quem rouba verbas da educação e saúde. A beleza está na
esperança dos cidadãos, que precisam tomas rédeas de seu futuro. Tudo isso é
sacação minha, eles não falaram isso.
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Marco Vieira (baixo) |
O show esquentou do meio para o final, se soltaram,
começaram a se movimentar e receberam uma resposta melhor do público. Um
momento de reflexão foi na música foi em Tears Will Shine, com participação da violinista
Iva Giracca, dedicada a músicos falecidos que influenciaram a banda e também a
parentes que se foram. Fotos se sucederam no telão durante a canção tributo, um
momento emotivo. Alguns deles: Prince, Dio, Elvis Presley, Frank Zappa Freddie
Mercury, Renato Russp. George Harrison, John Bonham, Kurt Cobain, Chester
Bennington, Jimi Hendrix, Lemmy, David Bowie e outros se sucederam no telão. Me
deu até um choque de ver quanta gente de pesos e foi.
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Capa de Sergio Gordilho e Bruno Valença |
Em resumo, Republica tem um
bom show e um bom disco na rua. Em seis meses o show estará nos
trinques. Além de Leo Beling, a banda tem Luiz Feernando Vieira (guitarra
solo), Jorge Marinhas (guitarra base), Marco Vieira (baixo) e Mike Maeda (bateria e imagens). Rock On!
Obs. Não tive foto do baterista Mike Maeda. Sorry.
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